terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tai Chi Pai Lin

Tai Chi Pai Lin refere-se à escola criada em São Paulo pelo Mestre Liu Pai Lin, caracterizada pela forma particular e diferenciada de ensinar o Tai Chi Chuan e outras práticas afins provindas da China e de origem Taoista.
Para o Mestre Liu, o conhecimento Taoista embasa-se num tripé essencial para a compreensão dos cuidados à saúde, formado por:
Movimento - Tai Chi (ensinado no estilo Tao Kun, de base Taoista da montanha Kuan Luan)
Medicina - Tui Na, Acupuntura, Fitoterapia Chinesa e outros.
Meditação - Tao In.
O Tchi Kun, prática bastante divulgada atualmente e também ensinada pelo Mestre Liu, propõe a união entre o movimento e a interiorização, com o objetivo de mobilizar a energia vital (Tchi). Era considerada pelo Mestre Liu como um treinamento do "Pequeno Tao", por não ter a profundidade meditativa das práticas do "Grande Tao" (Tao In), que visam à serenidade e à busca do vazio. Apesar da sua importância como poderosa ferramenta para potencializar a vitalidade, deve ser ensinada com cuidado, pois, quando mal compreendida, mobiliza a energia de forma pouco natural e espontânea, caracterizando-se na contramão de uma prática saudável.
O Tai Chi Chuan pode ser descrito como uma meditação em movimento, o que o diferencia, valorativamente, das práticas de ginástica. O Mestre Liu, nos seus ensinamentos sobre o Tai Chi, não privilegiava a vertente da luta, pois considerava que esta ênfase não era mais necessária na atualidade.
Para ele, no contexto da modernidade, o enfoque deve ser nos aspectos relacionados à manutenção da saúde e à busca de um aprendizado de recolhimento e serenidade, que são mais compatíveis com as necessidades atuais de bem estar e de desenvolvimento pessoal do ser humano. Na atualidade, podemos dizer que a marcialidade implícita nos movimentos do Tai Chi Chuan volta-se mais ao combate dos "tigres que nos devoram por dentro" do que aos oponentes presentes no exterior.
Quanto ao ensino da Medicina Chinesa, o Mestre Liu inovou na medida em que introduziu o pensamento centrado no autocuidado e no desenvolvimento da pessoa no decorrer de sua vida, lançando mão de práticas específicas para tal objetivo. Do ponto de vista do trabalho terapêutico, incentivava seus alunos, futuros terapeutas, a preservarem a sua própria saúde, enquanto um requisito para estarem aptos para cuidar do outro, dizendo que: "quem se atreve a cuidar dos outros deve, no mínimo, saber cuidar de si mesmo". Assinalava também a importância de se orientar a pessoa para participar ativamente do tratamento, ensinando-lhe as técnicas adequadas a serem aplicadas por si mesmo com o intuito de acelerar a sua recuperação. Estimulava também os futuros terapeutas a sempre dividirem o seu conhecimento com quem estava sob os seus cuidados.
Em relação às práticas de meditação profunda, transmitidas sob o nome de Tao In, o Mestre Liu trazia sua verdadeira caracterização, sempre com o cuidado de não banalizá-las na perspectiva de custo e benefício, princípio tão cultivado nos dias de hoje. A busca da serenidade e do consequente autoconhecimento que advém dela, não devem ser confundidas com a busca do poder pessoal e da autoafirmação no mundo.
Uma brincadeira feita por mim, e por alguns colegas, era relatar, a quem nos perguntasse sobre o resultado obtido com a prática de meditação, que ela não nos deixou menos idiotas, só nos fez perceber o quão idiotas nós éramos.
Outras informações disponíveis em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liu_Pai_Lin

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