Das técnicas relacionadas a Medicina Tradicional Chinesa, a acupuntura é a mais difundida na atualidade. No Brasil, uma importante mudança ao aceso a este tratamento pela população em geral, ocorreu com a regulamentação pelo SUS das Medicinas Complementares Alternativas (MAC), a serem praticadas nos centros de saúde, dentre elas estão a acupuntura, a homeopatia e a fitoterapia. Com isto as prefeituras que quiserem implantar estas práticas estão autorizadas.
A regulamentação feita pelo SUS permite que as aplicações de acupuntura sejam feitas por profissionais de todas as áreas da saúde o que é um grande avanço para a manutenção do ensino e prática democrática da acupuntura, à revelia da pressão feita por uma parcela da classe médica que reivindicava ser apenas ela apta a exercer essa função.
Curiosa essa posição das associações de acupuntores médicos. Dentro dessa lógica, os seus membros mais antigos estariam esquecidos que seus professores não eram formados na medicina ocidental, mal sabiam estes mestres da tradição chinesa, que dividiram seu conhecimento com todos que os procuraram, que hoje seus alunos médicos, fazem propostas no Congresso Nacional para que só eles possam ser acupunturistas.
Atualmente nas escolas de acupuntura só para médicos, o fato de ter somente professores médicos lecionando, da a impressão ao aluno que a acupuntura é uma prática restrita a essa classe.
A questão no caso, que quero levantar aqui e que considero mais importante, não é a de quem vai aplicar a acupuntura, mas com que qualidade terapêutica será feita.
Hoje a discussão sobre a acupuntura, não é mais em relação a sua eficácia e relevância cientifica, muitos são os estudos nesta área, mas em relação a como ela é aplicada. Quem tem o direito a exercer tal função, deve ser decidido mais pelas suas qualificações como detentor de conhecimento do que como membro de uma classe profissional.
A busca pela regulamentação do ensino e da prática democrática da acupuntura na legislação brasileira, acontece no Congresso Nacional desde 1984 e isto só não aconteceu ainda, pelo constante bloqueio a este projeto pelas associações de acupuntores médicos. Que preconizam a sua melhor qualificação nesta área. Outra curiosa postura de uma classe, que deteve durante anos um pensamento preconceituoso em relação a medicina chinesa, chamando-a de crendice e seus praticantes de charlatões. E agora, alguns de seus representantes se dizem donos da verdade.
Com a preocupação de garantir uma boa formação profissional de seus alunos, várias medidas foram tomadas pelos cursos (abertos a todos) de acupuntura. Hoje o aluno deve ter no mínimo segundo grau completo, o curso deve ter o número de horas exigido pelo MEC para cursos técnicos, mas principalmente, o aluno é orientado a ter postura ética de não interferência com o direito do cliente em procurar as prescrições de outros profissionais da saúde.
Em resumo o aluno deve sair do curso com um bom instrumental de medicina chinesa, sem se achar apto a fazer milagres, respeitando as suas limitações e buscando o melhor para seu cliente.
“Se você não é Deus, não diga que faz milagres.”
domingo, 22 de fevereiro de 2009
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